sexta-feira, 21 de agosto de 2015

2º Ano - Tecido Conjuntivo



Tecido Conjuntivo


     O tecido conjuntivo tem origem mesodérmica. Caracteriza-se morfologicamente por apresentar diversos tipos de células mergulhadas em grande quantidade de material extracelular (Substância Amorfa, Fundamental ou Matriz), que é sintetizado pelas próprias células do tecido.

Características:
- Células separadas por muito material extracelular;
- Menor densidade celular;
- Vários tipos de células;
- Presença de vasos sanguíneos, linfáticos e terminações nervosas;


Funções:
- Sustentação e conexão de outros tecidos / órgãos;
- Preenchimento de espaços;
- Transporte / nutrição;
- Defesa;

- Reparação.





Células do Tecido Conjuntivo


Fibroblasto
Célula metabolicamente ativa, contendo longos e finos prolongamentos citoplasmáticos. Sintetiza o colágeno e as substâncias da matriz (substância intercelular).  Pode adquirir o aspecto de fibrócito (célula mais fina, com baixa atividade metabólica, que sintetizam proteínas).

Macrófago
Célula ovóide, podendo conter longos prolongamentos citoplasmáticos e inúmeros lisossomos. Responsável pela fagocitose e pinocitose de partículas estranhas ou não ao organismo. Remove restos celulares e promove o primeiro combate aos microrganismos invasores do nosso organismo. Ativo no processo de involução fisiológica de alguns órgãos ou estrutura. É o caso do útero que, após o parto, sofre uma redução de volume.



Plasmócito
Célula ovóide, rica em retículo endoplasmático rugoso (ou granular). Pouco numeroso no conjunto normal, mas abundante em locais sujeitos à penetração de bactérias, como intestino, pele e locais em que existem infecções crônicas. Produtor de todos os anticorpos no combate a microorganismos. É originado no tecido conjuntivo a partir da diferenciação de células conhecidas como linfócitos B.



Mastócito
Célula globosa, grande, sem prolongamentos e repleta de grânulos que dificultam, pela sua quantidade, a visualização do núcleo. Os grânulos são constituídos de heparina (substância anticoagulante) e histamina (substância envolvida nos processos de alergia). Esta última substância é liberada em ocasiões de penetração de certos antígenos no organismo e seu contato com os mastócitos, desencadeando uma reação alérgica.


Leucócitos ou glóbulos brancos 
São células nucleadas produzidas na medula óssea e encontradas no sangue, com formato esférico, tamanho e volume superiores às hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos). Sua função é proteger o organismo, de maneira imunitária, contra agentes patológicos causadores de doenças, utilizando para isso a produção de anticorpos.


Adipócitos
são células armazenadoras de gordura (lipídios), possuem a forma arredondada e são encontradas no Tecido Adiposo. São originadas de uma célula mesenquimatosa (células-tronco adultas).



Veja também outras células do tecido conjuntivo: Linfócito, Eosinófilo, Basófilo e Neutrófilo.



 Estruturas - Fibras do Tecido Conjuntivo

Fibras colágenas 
são constituídas de colágeno, talvez a proteína mais abundante no reino animal. São grossas e resistentes, distendendo-se pouco quando tensionadas. As fibras colágenas presentes na derme conferem resistência a nossa pele, evitando que ela se rasgue, quando esticada.

Fibras elásticas 
são longos fios de uma proteína chamada elastina. Elas conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, completando a resistência das fibras colágenas. Quando você puxa e solta à pele da parte de cima da mão, são as fibras elásticas que rapidamente devolvem à pele sua forma original. A perda da elasticidade da pele, que ocorre com o envelhecimento, deve-se ao fato de as fibras colágenas irem, com a idade, se unindo umas às outras, tornando o tecido conjuntivo mais rígido.

Fibras reticulares 
são ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos.


Desenho Esquemático das fibras do tecido conjuntivo



Lâmina Histológica - Visão Microscópica




Substância Amorfa, Fundamental ou Matriz

A substância fundamental amorfa caracteriza-se por preencher os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo e, sendo de aspecto viscoso, podendo representar uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos.
Constitui o elemento não fibroso da matriz, na qual as células e outros componentes estão mergulhados. Apresenta aspecto incolor, transparente e opticamente homogêneo, formado principalmente por proteoglicanas, ácido hialurônico e glicoproteínas. Dentre as principais macromoléculas, estão os mucopolissacarídeos, também chamados de gliosaminoglicanos, que quando ligados covalentemente às proteínas, são denominados proteoglicanas. 
Além desses, também é composta por proteínas fibrilares, íons e água (originária do sangue).
Os glicosaminoglicanos possuem a função de sustentação, transportes moleculares, atuando também na produção do colágeno pelos fibroblastos, bem como seu arranjo tridimensional.


Todo Espaço entre as células e as fibras representam a substância amorfa

Desenho ilustrativo do Tecido Conjuntivo - cores fantasias


Plasma Intersticial

Líquido que se encontra entre as células, os vasos linfáticos e sanguíneos. 





Visão geral da classificação dos tecidos conjuntivos




Tecido conjuntivo propriamente dito Frouxo ou Areolar 

O tecido conjuntivo frouxo preenche espaços não-ocupados por outros tecidos, apóia e nutre células epiteliais, envolve nervos, músculos e vasos sanguíneos linfáticos. Além disso, faz parte da estrutura de muitos órgãos e desempenha importante papel em processos de cicatrização.  Estão presentes nesse tecido os fibroblastos, macrófagos, plasmócitos e células mesenquimatosas.



Tecido conjuntivo propriamente dito denso modelado e não-modelado

No tecido conjuntivo denso predominam as fibras colágenas e os fibroblastos.  Podemos assim classifica-lo considerando a disposição das fibras:

·         não modelado: formado por fibras colágenas entrelaçadas, dispostas em feixes que não apresentam orientação fixa, o que confere resistência e elasticidade. Esse tecido forma as cápsulas envoltórias de diversos órgãos internos, e forma também um a derme, tecido conjuntivo da pele.

  • modelado: formado por fibras colágenas dispostas em feixes com orientação fixa, dando ao tecido características de maior resistência à tensão do que a dos tecidos não-modelados e frouxo; ocorre nos tendões, que ligam os músculos aos ossos, e nos ligamentos, que ligam os ossos entre si.

Visão tecido conjuntivo denso



Visão em lâminas - Microscópicas


Tecido conjuntivo Denso Modelado


Tecido Conjuntivo de Propriedades Especiais

AdiposoMaior depósito corporal de energia (triglicerídeos). É uma reserva de lipídios (gorduras).
Funções: Fornece energia; Modela o corpo; Absorção de choques; Isolamento térmico; Preenche espaços entre tecidos; Atividade secretora (órgãos endócrinos).


Origem do tecido adiposo e classificação



 Lâmina com tecido adiposo, mostrando classificação


        O tecido adiposo unilocular é denominado branco e o multilocular é denominado pardo ou amarelo. 

        Em ursos polares, o tecido adiposo é muito importante, pois assim conseguem resistir ao frio extremo, e os longos períodos de hibernação.  Nos seres humano o tecido adiposo é muito importante no desenvolvimento fetal, pois protege a criança do frio dentro do útero materno. Com o crescimento reduz-se o panículo adiposo (a camada desse tecido).

Reticular

O tecido reticular é encontrado nos órgãos que têm função hemocitopoética, representados pela medula óssea vermelha e por órgãos linfáticos (tonsilas, timo, baço e linfonodos).
Na medula óssea vermelha, esse tecido recebe o nome de tecido mieloide, rico em células precursoras de todos os elementos do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Nos órgãos linfáticos, recebe o nome de tecido linfoide, rico em linfócitos em diferentes fases de maturação, em macrófagos e plasmócitos.

TIPOS :
Tecido MIELOIDE – medula óssea vermelha(hemácias. Leucócitos e plaquetas).
Tecido LINFOIDE – órgãos linfáticos(baço, amígdalas)

Tecido Conjuntivo Reticular - rico em fibras reticulares



O Sangue e a Linfa

O sangue (originado pelo tecido hemocitopoiético) é um tecido altamente especializado, formado por alguns tipos de células, que compõem a parte figurada, dispersas num meio líquido – o plasma -, que corresponde à parte amorfa.
Os constituintes celulares são: glóbulos vermelhos e glóbulos brancos.  O plasma é composto principalmente de água com diversas substâncias dissolvidas, que são transportadas através dos vasos do corpo.  As plaquetas são fragmentos de células.

Glóbulos vermelhos
Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos (do grego, eruthrós = vermelho, e kútos = célula) são anucleados, possuem aspecto de disco bicôncavo e diâmetro de cerca de 7,2 mm. São ricos em hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio, a importante função desempenhada pelas hemácias.  São células anucleadas (sem núcleo).


Visão das hemácias dentro de vaso sanguíneo.




Glóbulos brancos
Glóbulos brancos, também chamados de leucócitos (do grego, leukós = branco), são células sanguíneas envolvidas com a defesa do organismo. Essa atividade pode ser exercida por fagocitose ou por meio da produção de proteínas de defesa, os anticorpos.  

Costuma-se classificar os glóbulos brancos de acordo com a presença ou ausência, em seu citoplasma, de grânulos específicos, e agranulócitos, os que não contêm granulações específicas, comuns a qualquer célula.



Plaquetas
Também chamadas de trombócitos, são fragmentos de células anucleadas (sem núcleo) produzidas na medula óssea e que atuam na formação de coágulos de sangue, a fim de impedir uma hemorragia sempre que houver necessidade.





Atuação das Plaquetas - Inibição de Hemorragia





_________________________________________________________________



Critérios para doação de sangue


Requisitos básicos

Estar em boas condições de saúde.
Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos - verificar documentos específicos)
Pesar no mínimo 50kg.
Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas).
Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).
Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).

 Impedimentos temporários
 Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas.
Gravidez
90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana.
 Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).
 Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.
Tatuagem nos últimos 12 meses.
Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses.
 Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são estados onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 12 meses.

Impedimentos definitivos
 Hepatite após os 11 anos de idade. *
Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
Uso de drogas ilícitas injetáveis.
Malária.



Tecido linfoide

O tecido linfóide, também conhecido como tecido percular, é uma variedade do tecido conjuntivo presente em órgãos como o rins, intestinos, nos linfonodos e nas tonsilas.  

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

2º Ano - Tecido Epitelial



HISTOLOGIA

O termo histologia começou a ser utilizado em 1819 por Mayer, que o criou baseando-se na palavra tecido, do grego do grego: Hystos = tecido e Logos = estudo, proposta anos antes pelo francês Xavier Bichat.  Esse último pesquisador denominou de tecido as estruturas macroscópicas encontradas no corpo que apresentavam diferentes texturas.

Definições para Tecido - Conceito Complexo

"Tecido é uma especialização morfológica, físico-químico e fisiológica de células" (GRASSE).

"Tecido é um conjunto de células da mesma natureza, diferenciadas em determinado sentido para poderem realizar a sua função própria" (SCHUMACHER).


"Tecido é um grupo de células que apresentam a mesma função própria" (MENEGOTTO).


A TÉCNICA HISTOPATOLÓGICA 

, É o conjunto de operações desenvolvidas com o objetivo de transformar células e tecidos em preparados destinados ao exame microscópico e ao BIODIAGNÓSTICO.  O tecido preparado, geralmente, é colocado sobre lâmina e levado para observação em microscópios.


Visão geral sobre processamento dos tecidos - Laboratório de Biodiagnósticos:


                                     Tecidos (peças) guardados em soluções de formaldeído



Separação manual das peças



O pedaço da peça colocado em um cassete (peças de plásticos)



 O cassete é colocado em banhos de parafina e levada a uma estufa




A peça é moldada em um bloco de parafina (mesma parafina de vela), depois cortada em um aparelho chamado de micrótomo




O tecido geralmente é colorido por corantes para destacar suas estruturas



As lâminas histológicas podem ser temporárias (são descartadas depois de observadas) ou permanentes (guardadas em caixas para lâminas histológicas).  O tecido processado é colado na lâmina com o "Bálsamo do Canadá" e são recobertos pela lamínula. Recebe uma etiqueta com sua descrição.

Exemplo de Lâmina Permanente




Caixa para acomodação das lâminas permanentes





O que pode-se descobrir com o Biodiagnóstico?






Caracterização geral dos Tecidos Animais


Os quatro tecidos animais são: o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso. Vamos lembrar que os tecidos são formados a partir dos folhetos embrionários: ectoderme, mesoderme e endoderme. O processo qual originam os tecidos dar-se o nome de Histogênese.


Desenvolvimento Embrionário - Fase de Neurulação - Visão dos folhetos germinativos 






Tecido Epitelial


Características Gerais:

As células são justapostas (unidas, dispostas uma ao lado da outra);

Praticamente não possuem substância intercelular (entre as células);

Não possui vasos sangüíneos (avascularizado);

Pode se originar dos três folhetos do embrião (ectoderme, mesoderme ou endoderme).


O tecido epitelial por não apresentar vasos sanguíneos recebe nutrientes por difusão (de célula para célula) a partir  de vasos sanguíneos encontrados no tecido conjuntivo subjacente (próximo/vizinho), como demonstra a imagem.





No esquema a Lâmina Própria representa o Tecido Conjuntivo.  E a Membrana Basal (Lâmina Basal) serve de suporte para epitélio. A membrana basal é uma fina camada de matriz extracelular, sintetizada (fabricada) a partir de substâncias do próprio epitélio e de fibroblastos (do tecido conjuntivo). 




Visualização Estrutural do Tecido Epitelial - Microscópica






Funções do Tecido Epitelial:

Proteção

Revestimento



Secreção de substâncias (as glândulas)

Absorção ( através, por exemplo, das microvilosidades intestinais; que aumentam a absorção de nutrientes)

Percepção Sensorial (sentidos)


Classificação geral do tecido epitelial: de revestimento e glandular.




Lâminas Histológicas com os epitélios de revestimento e glanduar









Tecido Epitelial de Revestimento


Classificamos os Tecido Epitelial de Revestimento pelo formato de suas células e pelo número de camadas de células.


                                                           Forma das células 






Células Pavimentosas (achadas) - Epitélio Pavimentoso

Células Cúbicas (quadradas) - Epitélio Cúbico

Células Prismáticas (Colunar/Alongadas/Cilíndricas) - Epitélio Prismático





Número de Camadas de Células


- Epitélio Simples ou Monoestratificado:  é aquele que possui apenas uma camada de células. 
Exemplo: Endotélio (é um tipo de epitélio simples que reveste internamente os vasos sanguíneos);

- Epitélio Estratificado ou Pluriestratificado:  é aquele que possui várias camadas de células.
Exemplo: Revestimento da pele

- Epitélio Pseudo-Estratificado ou de Transição: é constituído por apenas uma camada de células, porém as células possuem tamanhos diferentes, dando a falsa ideia de várias camadas. 
ExemploBrônquios (pulmões)



Juntando o formato da célula e o número de camadas, temos no corpo humano:








Tecido Epitelial Glandular


TIPOS DE GLÂNDULAS QUANTO AO LOCAL DE ELIMINAÇÃO DE SUAS SECREÇÕES:


Glândulas exócrinas ou de secreção externa: são aquelas que lançam suas secreções em cavidades ou superfícies do corpo através de canais ou dutos. 

Exemplos: glândulas salivares, glândulas mamárias, glândulas sudoríparas, glândulas lacrimais. 

Glândulas endócrinas ou de secreção interna: são aquelas que eliminam  suas secreções (hormônios) diretamente na corrente sanguínea. Essas glândulas não possuem canais.

Exemplos: Hipófise, Tireóide, Supra- Renal.

Glândulas mistas ou Anfícrinas: são Aquelas que possuem funções endócrinas e exócrinas.

Exemplos: Pâncreas: libera insulina no sangue (função  endócrina) e suco pancreático no processo de digestão (função exócrina).  Outros exemplo é o Ovário: libera progesterona no sangue (endócrina) e óvulo na Trompa de Falópio (exócrina)


TIPOS  DE GLÂNDULAS QUANTO AO MODO DE ELIMINAÇÃO DE SUAS SECREÇÕES:



Figura dos Tipos de Glândulas - modo de eliminar secreções




        1. Glândulas Apócrinas: são aquelas que eliminam parte (pedaço) das células junto da secreção. Glândula Mamária.

      2.  Glândulas Holócrinas: são aquelas que eliminam células juntamente com a secreção.  Glândulas Sebáceas.

     3.  Glândulas Merócrinas: são aquelas que eliminam somente as secreções ficando suas células intactas. Glândulas Lacrimais, Glândulas Salivares, Glândulas Sudoríparas.
   

Quase todas glândulas se originam de um tecido epitelial de revestimento. Isto ocorre geralmente durante a vida intrauterina (desenvolvimento embrionário. 

Formação de uma glândula: